Vou contar a história de um dos eventos mais transformadores da minha vida. Em 2008, após integrar diversos grupos de dança, e dar aulas de dança para crianças, eu estava em um momento de pausa e interiorização. Meu trabalho como designer estava brando, pela crise da industria, havia suspendido as aulas que lecionava na universidade por questões particulares, e passado por uma cirurgia recente. Havia uma necessidade nítida de reavaliação da realidade.
Esse momento foi aos poucos sendo ressignificado na dança. Preparei um quarto dentro de casa, completamente em branco. Consegui um espelho e aos poucos fui retomando meus estudos. Dessa vez de forma descompromissada, e com uma liberdade impar. A solidão fazia companhia, fazendo jus ao cartaz na parede: se estiver sozinho, pega a solidão e dança. Passei a explorar, encantada, a lira acrobática, estudar com todo material acessível, e algo novo começou a nascer.
Porém aos poucos foi surgindo a necessidade de trocar, compartilhar, o copo começava a transbordar. Uma saída encontrada foi o compartilhamento das minhas vivências via Instagram. A semente começou a germinar. Meiriane, conhecida de velha data, convidou-se a participar daqueles momentos como aluna. E trouxe uma amiga, que trouxe uma amiga... um clássico... Em três meses, na presença da Carina e da Thais estávamos batizando: o "Movimento Volitans".
No aniversário de 1 ano fizemos nosso primeiro espetáculo: "Volitans primeiro ato", onde contávamos a história da Deusa Etstanatlehi , responsável pelos ciclos. Com o tempo o quarto ficou pequeno, e o meu Instagram também. Formou-se uma espécie de coletivo. As contribuições foram se tornando investimentos, até que construimos uma sede própria durante a suspensão das atividades pela Covid19.
Estudamos muito, trocamos mais ainda, e hoje com três instrutoras oferecemos práticas de Lira, Pole e Yoga. Seguimos juntos, há 3 anos e por quantos anos mais pudermos gerar luz. Vida longa a Volitans!
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